1 – Obrigado e Parabéns, Mãe Igreja, pelo teu testemunho evangélico de optar pelos mais pobres. Vejamos:
Por altura da realização do Sínodo dos Jovens, em 2018, o Papa Francisco canonizou NUNZIO SULPRIZIO, italiano, que nasceu no sec. 19 e que foi conhecido pelo “Santo que coxeava”. Morreu com apenas 19 anos.
A vida deste jovem santo é de facto algo inédito, quer no que toca aos enormes sofrimentos que viveu, quer no que diz respeito à sua Fé, e santidade. Sendo, ainda criança, em poucos meses perdeu os pais. Aos 12 anos morreu a avó, que era quem cuidava dele e a pessoa que iniciou, o Nunzio na fé e na vivência cristã. O tio que o acolheu, foi um verdadeiro verdugo, que o maltratou de todos os modos, o impediu de ir à escola e à igreja. Na sua vida sofreu muitas vicissitudes que lhe causaram enormes sofrimentos. Talvez como consequência de tão maus tratos, apanhou uma tuberculose nos ossos, que originou uma enorme ferida no tornozelo. Nunzio, sofreu tudo com uma paciência e uma fé extraordinárias e confiava todo o seu sofrimento a Jesus Crucificado e a Nossa Senhora das Dores. À sua volta cresceu um grande círculo de gente, atraída pela fama da sua grande santidade.
Agradeçamos ao Jovem S. Nunzio Sulprizio o testemunho da sua fé, coragem e confiança em Deus e peçamos-lhe que interceda junto de Deus por todos os que têm uma vida dura e de sofrimento, tal como ele a teve.
O Evangelho que escutamos há uns dias, no XVI Domingo comum, dizia-nos: “Naquele tempo os apóstolos voltaram para junto de Jesus e contaram-lhe tudo o que tinham feito e ensinado.
Então Jesus disse-lhes: “Vinde Comigo para um lugar isolado e descansai um pouco”.
Talvez porque esta leitura surge num tempo em já tudo nos “cheira” a férias, fez-me sentir que Jesus nos fazia, exactamente, o mesmo convite a nós: “Vinde Comigo para um lugar isolado e descansai um pouco”.
Sobretudo depois dum ano tão difícil, devido à pandemia, resulta, sem dúvida, num Convite, muito simpático e atraente e de momento de certeza que a nossa resposta poderá ser um SIM e um sim até entusiasta! Mas será que quando comecemos a “fazer a mala”, e a fazer os nossos planos de férias, ao pensar que deveremos dar tempo, prioridade e atenção a QUEM nos convidou, para: Lhe contar tudo o que fizemos e ensinamos, ou não, ao longo do ano que passou; para O escutar e ouvir o que Ele nos tem para dizer; ao pensar que poderemos ter que mudar de planos, tal como Lhe aconteceu a Ele na referida passagem do Evangelho, que ao chegar ao tal local isolado onde queria ficar a sós com os seus Discípulos, ao ver tamanha multidão se encheu de compaixão, porque a multidão que apareceu era como ovelhas sem Pastor e começou a tratar deles?!…Será que ao pensarmos em tudo isto e muito mais, mantemos o mesmo entusiasmo? Não nos importemos se o entusiasmo possa esmorecer um pouco, pois o importante é a nossa decisão firme de aceitar o Convite, pois sabemos em Quem confiamos! E no final, quando escutarmos o que Ele disse, então, aos seus discípulos – e hoje di-lo, sem dúvida, a nós: ALEGRAI-VOS, PORQUE OS VOSSOS NOMES ESTÃO INSCRITOS NO CÉU, de certeza que ficaremos, então, plenamente felizes e alegres!!
Nesta semana, em que de novo a nossa Paróquia está em festa, por celebrarmos 50 anos do lançamento da primeira pedra da Igreja, apetece cantar a pleno pulmão, e repetir muitas vezes: “nós somos as pedras vivas do Templo do Senhor”!
Gosto que o cântico esteja no plural, porque, assim, lembra-nos que o povo de Deus, a Igreja viva, neste caso da Damaia, é constituída por nós todos, e todos formamos uma só COMUNIDADE. É a Comunidade reunida, em comunhão, que celebra, que escuta a Palavra, que ora, que festeja, que presta o serviço da caridade e cuida dos que mais precisam.
Mas também é bom que cantemos o referido cântico no singular. Ora experimentemos: “Eu sou a pedra viva, do templo do Senhor”. Não é verdade que desta forma também alerta para a responsabilidade de cada um? Alerta, ainda, para o facto de sermos insubstituíveis e se cada um não cumprir a missão, que lhe é específica, aquela que só cada um/a pode realizar, porque Deus fez-nos singulares e únicos, a Igreja no seu todo, viva incompleta, frágil, imperfeita…Grande responsabilidade!… Mas, vejo que, também, atribui dignidade, utilidade, reconhecimento, por tudo aquilo que só cada um de nós pode fazer e ser. GRANDE SABEDORIA A DE DEUS!
DIA DA MÃE
No dia 2 deste mês de Maio celebrou-se o DIA DA MÃE
Saúdo e louvo em primeiro lugar MARIA, a MÃE das Mães e agradeço profundamente a Jesus o no-la ter dado, no momento tão cruciante e significativo da Sua Vida!
Agradeço à Conferência Episcopal Portuguesa a mensagem que nos dirigiu este ano, recordando que “as Mães sabem que não basta dar filhos ao mundo, mas é também preciso dar um mundo aos filhos”. “Sabem que ser Mãe não é ter, é ser”. “É uma arte”. Sabem “amar, antes de serem amadas”.
Assim saúdo todas as Mães, mas permitam-me que saúde de modo muito especial algumas Mães, aquelas que têm uma Missão mais difícil. Há dias estava num hospital de Lisboa, aguardando uma consulta e estavam lá, também, umas 4 ou 5 crianças deficientes, quase todas, deficientes profundas. Como tinha tempo, deu para admirar, agradecer e louvar tanta dedicação, carinho, cuidados – nalgum caso, até força física – que permanentemente lhes dedicavam.
Necessariamente me veio à mente e ao coração tantas, tantas outras Mães, cuja Missão é igualmente difícil. Convido cada um de nós a pensarmos, em Mães concretas, que também, por qualquer razão, tenham uma Missão mais difícil, e rezemos por elas.
Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, rogai por todas as Mães.
JESUS, O CONTEMPLATIVO DA NATUREZA
No passado V Domingo da Páscoa, a Igreja, na Liturgia da Palavra, ofereceu-nos a passagem de Jo 15, 1-8, em que Jesus utiliza a imagem da videira. Antes de nos referirmos a essa belíssima e inspiradora parábola, gostava de parar e admirar um pouco, a extraordinária capacidade e gosto de Jesus, em conhecer, contemplar, apreciar a Natureza, e o mistério da vida que ela encerra. Penso que é uma forma de apreciar a sabedoria, a bondade e a beleza de Deus na Sua Criação e uma maneira de a agradecer. Esta opção de Jesus em servir-se, muito frequentemente, das coisas simples, concretamente as relacionadas com a Natureza, para nos revelar o Projeto e os caminhos de Deus, merece a nossa atenção, a nossa admiração, e a nossa oração. Peçamos-Lhe que nos conceda ser um pouco como Ele, contemplativos, amantes e cuidadores da Natureza.
É surpreendente na parábola da videira, assim como em todas as outras, como as imagens que Jesus utiliza são tão evidentes e servem tão bem para percebermos o que Jesus nos quer ensinar. Quem não compreende, por exemplo, que se as ramas estiverem separadas do tronco, não podem dar fruto? Quem não compreende que as ramas que dão fruto têm que ser limpas, para poder dar mais fruto? Quem não compreende que na videira a cepa é a parte essencial e fundamental? Trasladando esta realidade para a mensagem que Jesus nos quer transmitir, é muito fácil percebermos que só estando unidos a ELE, que é a CEPA, podemos ter vida. Só podemos ser rama que dá fruto, se permanecermos n´Ele e Ele di-lo expressamente nesta parábola, que se não estivermos unidos a Ele não podemos nada, de nada. Que fácil, pelo menos em teoria, é compreender isto, não é?. OBRIGADO, Jesus, pela Tua maneira simples e bela de nos explicar os grandes mistérios de Deus.
Desta parábola, quero, ainda, destacar mais dois aspetos: um, é a ideia de “Comunidade” que ela nos dá, pois a videira não tem só um ramo, mas muitos e todos eles unidos à CEPA. Formam um todo, uma Comunidade! A outra é recordar que, graças a Deus, há uma significativa e muito importante diferença: na videira real, se um ramo é cortado, já não pode voltar a fazer parte da planta. Na nossa relação com a CEPA/JESUS, o seu perdão e misericórdia e o nosso arrependimento, tornam possível uma nova união a Ele, um novo recomeço, um novo voltar.
CONGRESSO SOBRE A CARIDADE
Neste tempo Pascal que ainda estamos a viver – quase a terminar e deixa-nos “saudades”! – nestas últimas semanas são-nos oferecidos, na Eucaristia, os capítulos 14 a 17 de S. João, que são, na verdade, o TESTAMENTO que Jesus nos deixa, horas antes da sua Morte. Quando os lemos e meditamos, quase nos “arrepiamos” porque sentimos, palpamos e até vivemos, aquele ambiente, o tom de voz e profundidade com que Jesus fala, a intimidade, os sentimentos e desejos que vão no pensamento e no coração de Jesus. São uma parte do evangelho muito, muito especial.
É neste contexto que Jesus nos pede e repete, de forma insistente e diferente, que “nos amemos uns aos outros”. É interessante porque, em determinado momento, e no fim de um longo discurso, Jesus diz: “mas o que vos peço, é vos ameis uns aos outros”. Eu interpreto isto como Jesus a querer dizer-nos: sim, tudo o que vos disse é muito importante, mas para Mim, o mais, mais importante é que vos ameis, como Eu vos amei. É o Seu mandamento. Esta insistência , é sem dúvida, para realçar a importância deste Seu pedido, mas é, também, porque Jesus sabia e sabe bem que é o que mais nos custa! Não é verdade que nos custa, tantas vezes, viver este Mandamento de Jesus?
É no contexto da leitura e celebração destes capítulos bíblicos, que no passado dia 15 deste mês de maio teve lugar, em Torres Vedras, o Congresso sobre a Caridade, com o qual se termina um período da vivência das orientações do Sínodo diocesano de Lisboa, que se realizou em 2016, para se iniciar uma nova etapa.
Quem teve a sorte de participar, penso que veio, tal como eu, com o coração cheio e muito agradecido pelas reflexões e apelos profundos que nos foram dirigidos pelos Conferencistas, para vivermos a sério o Mandamento de Jesus, e pelos muitos testemunhos partilhados de quem, no terreno, e em várias áreas, procura viver no concreto e junto dos Irmãos mais necessitados o mandamento de Jesus de nos amarmos uns aos outros. Que o Espírito Santo venha com força e nos converta a esse amor!
O ESPÍRITO SANTO
No Domingo passado celebramos a grande Festa do Pentecostes, ou do Espírito Santo e sendo uma celebração tão importante, necessita ser prolongada. A Igreja, durante o tempo pascal, ofereceu-nos e propôs-nos a leitura e reflexão do Livro dos Atos dos Apóstolos, que nos narra a vida da Igreja dos primeiros tempos. É, sem dúvida, uma narrativa maravilhosa e é extraordinário o lugar e protagonismo que nele se dá ao Espírito Santo. Na verdade Jesus já nos tinha dito que era BOM para nós que Ele fosse para o Pai, para poder enviar-nos o Espírito Santo. Com a ida de Jesus para o Céu, um novo tempo, o da Igreja, se iniciava e o Espírito Santo foi e é o seu ANIMADOR, o seu DINAMIZADOR e IMPULSIONADOR. É muito necessário e muito importante que o não esqueçamos. penso que este Poema/Cãntico do Fr. Augusto Mourão OP, nos pode ajudar:
Sopro criador, vem distribuir a fala!
Vem força de partir
Vem, rio de fogo largo!
Tu que vives em nós escondido.
Como o ferro no meio da fogueira.
Qual a coragem que rearma a vida.
A violência da charrua,
Arroteando a terra.
Tu que revelas a presença do Deus vivo.
No coração do mundo e da vida.
Tu que pulsas em nós como fermento.
Semente de fogo terra orientada.
MARIA
O mês de Maio, o mês de Maria, terminou há dois dias e terminou com chave de ouro, pois terminou com a Festa da Visitação de Maria, à sua Prima Santa Isabel. Talvez por ser esta a passagem bíblica que inspirou o Tema das próximas JMJ que irão realizar-se em Lisboa em 2023, e que textualmente se resume: “Maria levantou-se e partiu apressadamente…”, fez com que este ano vivêssemos melhor o significado desta festa. Agradeçamos e honremos MARIA por ser nossa Mãe, e pelo lugar único que ela tem nas nossas vidas e na vida da Igreja, rezando com o seguinte cântico, do Fr. Augusto Mourão
MUITOS PARABÉNS!
Nesta “Semana da Paróquia”, a primeira palavra que, espontaneamente, sai é: PARABÉNS!
Parabéns, uma palavra que quer ser tecida de Acão de Graças e de Louvor, mas também de Compromisso, Responsabilidade, Futuro.
Ação de Graças porque há bastantes anos atrás, alguém sentiu e desejou a construção da Igreja paroquial; houve gente empenhada, sacrificada, trabalhadora e generosa que concretizou esse desejo. Depois teve a bela e feliz inspiração de a consagrar ao Santíssimo Redentor. Na verdade dificilmente se poderia escolher melhor!…
A seguir houve pessoas, grupos, associações, confrarias, amigos, sacerdotes, anónimos, que animaram, alimentaram, formaram, celebraram sacramentos, e isso animou e motivou os cristãos que procuraram este local, a tornar-se numa Igreja viva, real, cujo testemunho tem sabor a vida, alegria, compromisso, dinamismo, embora, como é natural e humano, com altos e baixos.
Mas dizia que a palavra PARABENS também é feita de compromisso, responsabilidade e futuro. Futuro, porque este depende da noção de responsabilidade que eu, tu, todos, tenhamos e, sobretudo, da concretização, isto é, do compromisso que assumamos na vida real. A Comunidade, o Todo só se alcança com cada um de nós, e se um só faltar, a comunidade não está completa. Não se pode dispensar ninguém, nem ninguém se pode dispensar. No momento actual usufruímos, em grande parte, da herança herdada, mas agora toca-nos a nós preparar e deixar, aos vindouros, uma boa, rica e nova HERANÇA.
Então, mãos à obra, arregacemos as mangas e em comunhão, em unidade, empenhemo-nos para que a nossa Paróquia da Damaia tenha um só coração e uma só alma, conforme o ideal de Igreja que os Atos dos Apóstolos nos propõem e cantemos todos com entusiasmo: PARABÉNS.
IGREJA (S. Pedro e S. Paulo)
A minha última partilha começava e terminava com a palavra PARABÉNS, dirigida à Comunidade Cristã da Damaia, que estava em festa. Hoje começo de novo com a Palavra PARABÉNS, mas agora dirigida a toda a Igreja espalhada pelo mundo. Sim, estamos na oitava da Festa de S. Pedro e S. Paulo, que nos aponta, de imediato, para a nossa MÃE IGREJA, da qual temos a sorte, a graça e dom de pertencer. Ambos são considerados, e com razão, colunas fundamentais da Igreja, embora com histórias pessoais, temperamentos, culturas, estilos e campos de missão, diferentes. Há, porém algo fundamental que lhes é comum: o seu amor apaixonado por Jesus Cristo, Fundador da Igreja e único pilar da mesma.
Continuando, é inevitável que o nosso pensamento e o nosso afeto não se dirija para o “Pedro” dos nossos dias, que tem por nome Papa FRANCISCO e que é também, sem dúvida, um apaixonado de Jesus Cristo, tal como os apóstolos que celebramos. Como não fazer uma prece intensa e incessante para que o Senhor Jesus nos conceda também a nós, membros da Igreja, tal como eles, uma grande e profunda paixão por Jesus Cristo e isso nos basta! PARABÉNS, IGREJA!
S. DOMINGOS DE GUSMÃO
Sendo nós, uma Comunidade de Irmãs Dominicanas e celebrando-se, este ano o 8º Centenário da Morte de S. Domingos, o que já mereceu, há dias, uma bonita e profunda Mensagem/Carta do Papa Francisco a toda a Família Dominicana, denominada “PREGADOR DA GRAÇA”, permitam-me que hoje partilhe a alegria e gratidão que sentimos por fazer parte desta grande FAMÍLIA, cujo nome oficial é ORDEM DOS PREGADORES e que S. Domingos fundou nos primeiros anos do séc. XIII.
Domingos foi um Santo que soube perceber as mudanças do seu tempo – surgiam as primeiras cidades e universidades, a Igreja vivia intensos conflitos, heresias e guerras internas – e percebeu que a pregação da BOA NOVA DE JESUS – até aí permitida só aos Bispos – e a vivência da vida cristã, como nos é descrita nos Atos dos Apóstolos, seria a única salvação.
Daí o pilar do ESTUDO que o fez enviar os primeiros Frades para as melhores universidades conhecidas, a fim de terem como lema a busca da VERDADE e bases sólidas para uma boa e verdadeira pregação. Considerou o pilar da COMUNIDADE essencial e, por isso, previu a intensidade e equilíbrio entre Oração/contemplação e acção; a pobreza como “marca”; a fraternidade vivida de tal modo que só por si fosse já pregação. O nome de Frei, quer expressar, precisamente, fraternidade; a democracia como a forma de governo, sendo, também nisto, um verdadeiro pioneiro e inovador; a compaixão, a gratuitidade e liberdade como elementos essenciais da GRAÇA de Deus; a itinerância como expressão da prontidão e disponibilidade para a pregação; o amor a Maria! É por algo que, justamente, é atribuída a S. Domingos a fundação do Rosário, oração tão querida de todos nós.
Como me não é permitido alongar-me mais, permitam-me que vos convide a todos a unir-se a esta Celebração destes 800 anos da Morte de S. Domingos. OBRIGADO!
Ir. Deolinda Rodrigues