Voluntariado nas Mahotas

Maio 7, 2014

Chegamos em Março, ao Centro das irmãs Missionárias Dominicanas do Rosário. Tínhamos na mala uma grande vontade de ajudar, fazer alguma diferença, trazer algum amor. Não sabíamos o que iríamos encontrar. Mas ficamos sem palavras com o carinho e atenção com que nos receberam e acolheram. Este pequeno gesto de conforto e apoio deu-nos muita força para este desafio.

 

Estamos num projeto de apoio a mães seropositivas e temos ouvido muitas histórias de força e fé, mesmo quando a subsistência é uma luta diária. Com estas histórias percebemos como tantos problemas que existem nas sociedades mais desenvolvidas se tornam relativos. Para estas famílias, a alimentação não está garantida, por isso as irmãs tentam apoiar em bens de primeira necessidade. Mas seria necessário alargar esta ajuda a mais agregados.

O centro social Flori também pretende dar uma hipótese de Alfabetização a todos os membros da comunidade que o pretendam. Para além das “Mamãs” e “Papás” de mais idade, o equipamento é procurado por crianças que devido à sua idade avançada  já não se conseguem inscrever no ensino estatal.

 Ao contrário do que se verifica em Portugal onde existem escolas a fechar no interior do país devido à falta de alunos, em Moçambique o ensino não consegue ainda dar respostas ao elevado número de crianças. Nas escolas é comum que existam três turnos de aulas (manhã, tarde e noite) e mesmo assim não é possível dar resposta a todos.

 Para além da vertente educativa, é possível também obter outras formações, como aprender a costurar. No passado, até foi criado um grupo que fabricava manteiga de amendoim e outro que se dedicava à construção de blocos de cimento.

Por estes motivos, todos no bairro conhecem o trabalho destas Irmãs e quase todos os dias aparece alguém a solicitar algum tipo de ajuda ou apenas para conversar sobre os problemas que os atormentam. Mas também para trazer boas notícias, como a semana passada em que uma “mamã” veio apresentar a sua bebé de dois meses a quem deu o nome de “Milagre”, fruto de um parto que teve vários problemas mas que acabou por terminar bem. Agradecida pelo apoio das Irmãs, a mãe vinha pedir que uma delas fosse a madrinha do bebé.

Nem sempre é possível obterem a ajuda desejada, mas pelo menos sabem que alguém as ouve. A porta das Irmãs nunca está fechada. Existe sempre a esperança que o dia de amanhã seja melhor.

Susana e Pedro