Resumo do 64.º Encontro do Grupo LEIGOS EM ASCENSÃO – LEA

Julho 15, 2023

No dia 8 de julho de 2023, em Fátima, teve lugar o 64º Encontro do Grupo LEIGOS EM ASCENSÃO – LEA.

Estiveram presentes: Irmã Deolinda, Ana Palmar, Fátima Alves, Fátima Fernandes, Helena Amado, Edgar, Daniela (e Pedro), Cristina, Helena Fernandes, Amélia, Fernando, Ana Margarida, Arminda, Manelinha e António. Estes dois últimos nomes foram uma nova presença nos encontros deste grupo. Amigos do Fernando, da Amélia e da Irmã Deolinda, o casal Manelinha e António foi muito bem-vindo por todos os membros. É sempre uma excelente sensação ver novos rostos neste grupo que já está perto das duas décadas.

Apesar de ter iniciado com um atraso significativo em relação ao previsto, o trabalho decorreu de acordo com
o previsto e seguiu, de forma resumida, o esquema que se segue:

  • Início do encontro…

Abraços com música de fundo e entrega de um crachá como símbolo de boas-vindas a um encontro tantas vezes adiado!

  •  Oração da manhã…

 

Oração de Santo Inácio – cantada.

Neste momento, foi recordado o Tó, membro tão especial deste grupo.

  • Leitura silenciosa do poema distribuído…

 

Não é à toa que a palavra CORAÇÃO tem uma ORAÇÃO dentro dela: toda a oração deve ter origem no coração e não na razão.

Não é à toa que a palavra CALMA tem uma ALMA dentro dela: toda a alma precisa de paz verdadeira em Cristo para permanecer calma e tranquila.

Não é à toa que o verbo AMAR tem um MAR inteiro dentro dele: o amor é imenso e profundo como o mar.

E também o EU precisa de estar dentro de DEUS para se encontrar e completar a si mesmo. CONCLUSÃO

É na ORAÇÃO de CORAÇÃO que a ALMA acha a CALMA e é inundada por um MAR de amor divino. E é onde o EU se submete a DEUS! Amém

De forma espontânea, foram ouvidos alguns ecos acerca do poema. De um modo geral, salientou-se a beleza e profundidade destas palavras tão verdadeiras.

 

  • Partilha inicial…

No momento que, habitualmente, é dedicado às novidades, foi pedido que todos recordassem a(s) última(s) semana(s) e partilhassem com o grupo um momento feliz. Para esta reflexão, deixaram-se algumas dicas:

Assististe a algum ato de bondade/generosidade por parte de alguém?
Sentes que praticaste o bem em algum momento?
Realizaste alguma aprendizagem especial?
Viste alguma notícia que te aqueceu o coração?
Soubeste de alguma boa notícia em relação a alguém que conheças?

Algumas pessoas abriram o seu coração e todos se sentiram unidos nas suas palavras e testemunhos.

  • Atividade de partilha a partir do livro “ACREDITA, coisas boas acontecem”…

Cada membro dos LEA abriu o livro numa página à sorte e leu, em voz alta, o pensamento registado. A cada pensamento lido, seguiu-se uma partilha muito sentida. Incrivelmente, houve momentos em que parecia estar tudo combinado. E não estava! Foram partilhas excelentes e muito sentidas, sobretudo porque muitas leituras “pareciam ter sido mesmo escritas para a pessoa que a leu”. Foi muito bonito!

  • Atividade de reflexão e partilha: AS EMOÇÕES…

Foram visualizados dois curtos vídeos, de forma a contextualizar este tema e pensar nestas questões: O que nos transmitem os vídeos? Que paralelismos podemos fazer com a nossa vida?
Vídeos:

Todos nós já nascemos com emoções…

3:31

O que são as emoções?

3:54

Entretanto, todos foram convidados a retirar uma emoção da caixa, refletir e relatar um momento da vida em que a tenham experienciado. Nem todos os sentimentos eram agradáveis, pelo que houve partilhas mais positivas e outras não tão agradáveis. Mas todas foram sentidas e vividas, tal como as nossas emoções.
Alguns exemplos: admiração, surpresa, orgulho, tristeza, alegria, culpa, desprezo…
Mais uma vez, foi um excelente momento de partilha que permitiu uma abertura do coração entre todos.
Deu-se por terminado o trabalho da manhã ao som de uma canção proposta pelo Fernando.

  • Continuação…

Após o almoço e a visita livre ao Santuário, a tarde iniciou também com uma canção: O que é, o que é? – Gonzaguinha

A letra da canção foi distribuída por todos e esta música foi o mote para animar o início desta tarde de partilha.

  • Teste – inteligência emocional…

Cada membro realizou um teste de inteligência emocional e fez a sua própria cotação.

Foi sugerido: “Analisa com atenção e vê exatamente quais são os pontos que podes aprimorar! Pensa de que forma estes aspetos podem estar a causar impactos positivos ou negativos no teu desempenho profissional e nas tuas relações com o MUNDO!”

Todos ficaram felizes por perceber que os resultados foram melhores do que os esperados (ainda que se tivesse considerado que a margem definida nestes resultados fosse, talvez, exagerada).

“71 a 99 pontos = A sua INTELIGÊNCIA EMOCIONAL é bastante desenvolvida e, se você aprender a observar atentamente as pessoas, poderá desenvolvê-la ainda mais.”

  • A importância das emoções – casos reais…

Foram lidos os textos que se seguem:

HISTÓRIA DE PHINEAS GAGE

Não podemos falar de emoções na tomada de decisões sem recorrer ao paciente mais famoso da neurociência: Phineas Gage.

Decorria o ano de 1848 e Phineas Gage, com 25 anos, era o capataz de uma equipa que cortava o leito de uma linha ferroviária em Cavendish, Vermont.
A 13 de setembro, quando estava a utilizar um ferro para calcar pó explosivo num buraco para rebentar rochas, a fricção do ferro criou uma faísca e o pó detonou. O ferro de calcar – 110 centímetros de comprimento e 5 quilos de peso – disparou em direção à cara de Phineas Gage, penetrou na bochecha esquerda, rompeu através do seu cérebro e saiu pelo crânio, aterrando a várias dezenas de metros de distância.
Os seus colegas pensaram logo que tinha morrido, mas Phineas Gage, segundo reza a história, nem perdeu a consciência e levantou-se logo de seguida, com um buraco no olho esquerdo. Cerca de 30 minutos depois, um médico chamado Edward Williams foi ter com Phineas Gage. Encontrou-o sentado e ouviu dele o seguinte: “Doutor, tem aqui trabalho suficiente para si…”.
O que aconteceu posteriormente foi também impressionante. Embora Phineas Gage conseguisse falar e mexer-se com normalidade, a sua personalidade mudou por completo. Ele não conseguia cumprir os seus planos, dizia obscenidades, aproveitava-se das outras pessoas e a empresa que o tinha empregado e que o via como um capataz modelo, não o conseguia aceitar de volta. Parecia que o equilíbrio entre a sua razão e as suas emoções tinha desaparecido. Tanto que os amigos e um médico que depois o acompanhou no futuro, John Harlow, diziam que “Gage não era mais o Gage”.
Décadas depois, a neurociência tem vindo a estudar este caso e é um dos primeiros exemplos reportados da importância dos lobos frontais em regular as nossas emoções. As evidências científicas mostram que a lesão no lobo frontal, nomeadamente no córtex pré-frontal ventromedial, está associada a défices na tomada de decisão.

(Eslinger & Damásio, 1985) ANTÓNIO DAMÁSIO E O PACIENTE ELLIOT

António Damásio, um grande neurocientista português, conta no seu livro “O Erro de Descartes” a história do seu paciente Elliot.
Elliot era um pai e marido exemplar, tinha um emprego importante numa grande empresa e era um membro ativo da sua igreja.
Entretanto, começou a ter fortes dores de cabeça e encontram um pequeno tumor, perto do seu lobo frontal, que teve de ser removido cirurgicamente.
Após a cirurgia, os testes psicotécnicos mostraram que o seu QI estava idêntico, mas a vida quotidiana mudara por completo.
As rotinas que demoravam minutos começaram a demorar horas, porque Elliot ficava indefinidamente a pensar em detalhes irrelevantes. Mais preocupante foi o facto de Elliot não conseguir tomar decisões e começar a envolver-se em esquemas financeiros, até que a sua mulher o deixou e voltou a viver com os seus pais.
Quando Damásio recebeu Elliot como o seu paciente, os seus amigos e família diziam que, depois da cirurgia, parecia estranhamente desprovido de emoções, dormente aos eventos trágicos que lhe tinham acontecido até então.
Para testar isso, Damásio analisou a atividade das glândulas sudoríparas nas palmas das mãos, enquanto lhe mostrava fotografias que, normalmente, elicitam respostas emocionais imediatas (fotos de um pé amputado, de uma mulher a ser despedida, de uma arma, etc). Quando alguém experiencia emoções fortes, existe atividade na pele e as mãos começam a transpirar. Mas Elliot não sentia nada, não importava o quão grotescas e agressivas fossem as fotos.
Após mais estudos, Damásio percebeu que a sua dificuldade em tomar decisões vinha da sua incapacidade em sentir emoções. Na época, considerava-se que as emoções humanas eram irracionais, pelo que alguém sem emoções tomaria melhores decisões. Mas esta patologia sugeria que as emoções eram uma parte crucial na tomada de decisão. Se tirarmos as emoções a alguém, até as decisões mais banais tornam-se praticamente impossíveis. Um cérebro que não consegue sentir, não consegue decidir.
(Damásio, 1994)
A audição dos textos proporcionou uma boa reflexão acerca da importância das emoções na nossa vida, nas nossas relações, nas nossas decisões. Daí haver já tantos profissionais da neurociência que se debruçam sobre este tema e desenvolvem estudos bem interessantes.

  • Autoconhecimento…

Foi sugerido que cada elemento refletisse sobre si próprio numa viagem de passado, presente e futuro.
Por escrito ou oralmente, todos viajaram no tempo e partilharam com o grupo esse caminho. Dada a entrega de cada pessoa e a capacidade de abertura numa partilha tão sentida, este foi mais um momento especial e profundo, em que cada um mostrou mais um pedacinho de si. Todos ficaram mais ricos, de certeza!

A proposta de viagem foi a seguinte:

  • “O menino, a toupeira, a raposa e o cavalo” …

Uma história “dos 8 aos 80”, como o próprio autor indica. Foi lida a introdução e algumas passagens, pois não haveria tempo para a leitura integral. Ainda assim, sublinhou-se o conselho de fazer uma pesquisa sobre a obra, pois ela é de uma grandiosidade enorme.

  • Parábola do lápis

2:00

Uma pequena história que nos mostra que todas as pessoas estão no mundo com um propósito e que, embora o caminho não seja sempre fácil, é possível escrever uma história bonita.

  • Partilha final…

Com o final à vista, todos foram convidados a recordar o encontro e partilhar, de forma livre, o que de melhor se levava do dia.

  • PROPOSTA: De que forma concreta cada membro do grupo pode ajudar O OUTRO?

Tal como já havia sido conversado em encontros anteriores, sublinhou-se a abertura que cada um deve ter para pedir colaboração ao grupo, caso tenha conhecimento de alguém que esteja a passar por uma situação mais complicada (sendo que essa ajuda pode ser monetária ou material).
A Helena Amado fez uma partilha muito especial, lembrando a importância de rezar em grupo. Falou na sua experiência e na fé que tem na oração conjunta.
De modo especial, o grupo LEA terá em mente a Manelinha e a mãe da Alexandra, pois ambas serão sujeitas, em breve, a uma intervenção cirúrgica.

  • Contabilidade do grupo…

A Amélia, atual tesoureira do grupo LEA, deu conhecimento acerca da situação:
No dia 05.10.2019, altura em que o querido Tó passou a pasta, o saldo era de 473,20€.
Na data do encontro, 08.07.2023, o saldo é de 493,20€.

  • Próximo encontro e próximo ano…

O segundo encontro de 2023, ainda a cargo da Ana Palmar, Alexandra e Fátima, ficou marcado para o dia 21 de outubro.
Entretanto, o trabalho passará a estar a cargo da equipa de 2024: Amélia, Fernando e Ana Margarida.
O próximo ano será muito especial, pois o grupo LEA completará 20 anos de existência.
Além disso, o tema para um dos encontros está já pensado: Eneagrama. E o grupo organizador já antecipou que pretende convidar alguém para apresentar e explorar este tema com o grupo.

  • Cântico final… Dar Mais

Após se rezar uma Ave-Maria, finalizou-se com mais uma animada proposta musical do Fernando e um lanche partilhado, tal como é habitual.

Na convocatória, as organizadoras tinham previsto:
“(…)
Dizemos, apenas, que será um dia de partilha… Muita partilha!
Vamos conversar, abraçar, partilhar, desabafar…
Planeámos um dia bonito e quentinho para o nosso coração.
(…)
Esperamos estar à altura de um Encontro LEA que crie memórias bonitas nos nossos corações.”

Portanto, MISSÃO CUMPRIDA!
Ana e Fátima