Aproximando-se o nonagésimo quarto aniversário da morte de Mons. Zubieta, acontecida a 19 de Novembro de 1921 em Huacho – Peru, recordamos o que foi a vida deste homem admirável, uma vida que em si mesma foi uma mensagem viva da pessoa de Jesus, uma mensagem que se ensancha ao longo dos anos e perdura até hoje.
Era um homem alto, robusto, de rosto sério e nobre. Não era de palavra fácil, mas logo que se entrava em conversa com ele inspirava confiança e simpatia, era simples e franco; de caracter afável; escondia tudo o que podia as insígnias de bispo; evitava cerimónias e revelava um enorme coração, uma profunda humanidade e compaixão pelos mais débeis. Por todos foi amado e querido.
Desde criança desejou ser Missionário; entrou na Ordem Dominicana aos 16 anos. Terminados os estudos pediu para ir a Missões tendo sido enviado a Filipinas em 1888. Ali realizou mapas topográficos, abriu caminhos por regiões ainda desconhecidas, edificou igrejas e aldeias, procurou as tribos do interior da selva e com elas fez amizade. Durante as guerrilhas da independência de Filipinas suportou a prisão com resignação e confiança. Durante um ano e meio que passou no cativeiro não foi apenas um exemplar missionário mas sim um mártir de Cristo.
Em 1902 foi nomeado bispo de uma região da Selva Amazónica Peruana. Ali continuou a ser o missionário entregado ao desenvolvimento e acompanhamento dos povos da Selva, construindo para todos uma melhor qualidade de vida. Em 1913, numa viagem por Espanha concretizou o sonho há muito acalentado de associar às missões a ação da mulher levando aos recônditos bosques da selva, missionárias que se encarregassem da educação da mulher e da criança.
No final do ano de 2013, cedidas por um mosteiro de Espanha, chegaram ao Peru cinco Irmãs, decididas a ser Missionárias nos lugares onde ainda nenhuma outra mulher se tinha atrevido a entrar. Estas cinco Irmãs foram como o grão de mostarda, a mais pequena das sementes, que estendeu ramos frondosos por todo o mundo. Assim se iniciou a História da Congregação das Irmãs Missionárias Dominicanas do Rosário.
Monsenhor Zubieta acompanhou até à morte o crescimento da Congregação, acreditava que sem as missionárias o trabalho das missões estava incompleto. Trabalhou até a saúde lho permitir, ainda que isso tenha suposto um abreviar da própria vida.
Dia 19 de Novembro de 1921 morreu, no Peru, este missionário intrépido, dominicano fiel, explorador audaz, organizador prudente, padre carinhoso e fundador da congregação das Imãs Missionárias Dominicanas do Rosário.
A sua memória continua viva na gente, na missão, na congregação. Celebremos todos, com gozo e gratidão esta vida que se deu e entregou sem medida. Ramon Zubieta foi um homem de Deus, que doou a sua vida pelas Missões.