Recordando as 4 Irmãs martirizadas no Congo em 1964

Dezembro 2, 2015

Minha querida Madre Vigária,

As suas três Irmãs  chegaram bem a Stanleyville e vieram a trazer-me a sua mensagem e  caramelos de Pamplona. Muito obrigada.  Não posso impedir-me de lhe dizer como as suas queridas missionárias são estimadas e queridas aqui em Stan. Outro dia alguns jovens me diziam: “Monsenhor, as Irmãzinhas da Margem Esquerda não são como as demais. Trabalham bem e todas as mamãs lhes querem muito porque cuidam bem a seus filhos “É o melhor elogio que, a justo título, merecem as suas intrépidas Irmãs.

 

De vez em quando de duas em duas passam o rio e vêm a visitar-me e a falar-me do seu apostolado. São muito corajosas e não retrocedem ante nenhum sacrifício. Vivem muito simplesmente na sua humilde casa, e de cada vez que as visito me recrimino a mim mesmo por não ter podido ainda alargar a sua modesta vivenda.

Quando os tempos voltem um pouco à normalidade, temos que passar à execução de um projecto decidido há muito tempo. Contudo, desde já nos faz falta uma quinta irmã que Ud. não deixará de enviar.  Sendo cinco, o trabalho estará mais repartido e a vida de comunidade será mais agradável.  A humilde casita conta com cinco pequenos dormitórios e uma habitação para a Madre Vigária… (quando nos venha visitar).
Tudo está bem tranquilo em Stanleyville e em toda a Arquidiocese. Temos aguentado bem durante a tormenta e o Bom Deus tem-nos protegido. Conto voltar a Bélgica a princípios de Setembro para respirar um pouco antes de me dirigir ao Concílio.

 Irei a saudá-la a Schoonbeke.
Bendigo de todo o coração a sua comunidade e lhe apresento as minhas saudações paternais em Nosso Senhor e em vosso bom Pai São Domingos  cuja festa celebramos amanhã.

Cordialmente seu               
+ Nicolas Kinsch
   Arcebispo de Stanleyville

 Nota: Carta escrita pelo Bispo, da diocese das Irmãs martirizadas, à Irmã Provincial pouco tempo antes do martírio. Já não foi possível realizar o projeto sonhado