“Aquele que perde ouro ou prata poderá encontrá-los,
mas o que perde o tempo não o encontrará nunca mais”
Apotegmas dos Padres do Deserto (Pl 73, 939)
Muito queridas Irmãs.
Estamos a dar início a um novo tempo do ano Litúrgico «a Quaresma» é um tempo privilegiado para todas e cada uma de nós. Um tempo que nos leva a um maior discernimento, à conversão individual e comunitária.
Nesta caminhada que é a Quaresma, somos alimentadas pela Palavra de Deus, a qual nos faz reviver as grandes etapas da História da Salvação.
Somos fortalecidas com os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia, que nos ajudam a viver a nossa opção pelos que mais sofrem e, a realizar o trabalho da nossa transformação espiritual, pois eles nos põem em contacto vital com Cristo, fonte de água viva, luz do mundo; vida verdadeira que ultrapassa a morte física.
É neste tempo de graça feito de dificuldades e trabalhos, que devemos ser assíduas na oração e, na caridade laboriosa. A Quaresma é o momento favorável, para experimentar a graça que salva. Este dom gratuito deve ser reavivado sempre em cada uma de nós. A Quaresma, oferece-nos um percurso e uma escola insubstituível de fé e de vida cristã. Por isso a Igreja, nos textos evangélicos dos domingos da Quaresma, guia-nos para um encontro particularmente intenso com o Senhor, passos no seguimento de Cristo e na doação total a Ele.
O combate vitorioso contra as tentações que dá inicio à missão de Jesus, é um convite a tomar consciência da própria fragilidade para acolher a graça que liberta, do pecado e infunde nova força em Cristo, Caminho, Verdade e Vida.
Quaresma, é o convite a distanciar-nos dos boatos da vida quotidiana para nos emergirmos na presença de Deus; Ele quer transmitir-nos todos os dias, uma Palavra que penetra nas profundidades do nosso espírito, onde discerne o bem e o mal, (cf, Heb 4,12) e reforça a vontade de seguir o Senhor.
Estamos a pouco mais de mês e meio da realização do nosso «Capitulo Geral». Devemos privilegiar na nossa vida e comunidade a união, o amor, a paz, a alegria entre nós. Neste tempo da Quaresma empenhemo-nos em realizar o trabalho necessário para que as nossas comunidades sejam abertas, dialogantes, fraternas, contemplativas e proféticas.
Que demos testemunho de unidade no meio de um mundo globalizado que leva ao individualismo e à competitividade, para a qual necessitamos de uma verdadeira conversão diária, pessoal e comunitária.
É urgente que as nossas comunidades sejam fermento no meio onde vivemos, trabalhamos e no mundo.
Que Maria, e os nossos Fundadores, nos ajudem nesta caminhada para a Páscoa.
Fraternalmente.
Irmã Maria Adelaide Varanda