Quando Deus nos fecha uma porta, abre-nos sempre uma janela

Abril 29, 2012

Há vinte e um anos, num dia de Junho, vim ao Jardim Flori onde andavam os meus dois filhos, o João com 5 anos e a Maria com 3, falar com as respectivas educadoras para as avisar de que eles iriam faltar uns dias. O meu pai tinha morrido e, por isso, eu iria ficar com eles, em casa. Nessa altura, a educadora da Maria aproveitou para me dizer que, no ano seguinte, não iria estar a trabalhar e, por isso, a turma iria ter uma nova educadora.

 

Já não saí do colégio sem marcar uma reunião com as Madres Begonha e Margarida. Há algum tempo que procurava um outro local para trabalhar por não me sentir realizada onde estava. No dia seguinte, falei com as Madres e saí do colégio com uma nova alma: em Setembro, iria começar uma nova etapa da minha vida a trabalhar como educadora no Colégio Flori. Entretanto fiquei a pensar no que a Madre Begonha me tinha dito quando lhe falei da minha profunda tristeza pela morte do meu pai: “Quando Deus nos fecha uma porta, abre-nos sempre uma janela”.

Passaram-se vinte e um anos, continuo a trabalhar no Flori, os meus filhos cresceram e a família aumentou com o nascimento do Tomás. Eles estudaram, tiraram os seus cursos e a Maria até já casou, mas, para mim, cada dia de trabalho é como se fosse o primeiro de há muito tempo atrás. Não sinto o peso dos anos, não sinto o desânimo de quem já não tem entusiasmo na sua profissão, pelo contrário: cada dia é um novo desafio. Todos estes anos, o meu percurso profissional e pessoal têm sido marcados por um espírito de exigência apoiado na reflexão e, contando com a ajuda de Deus, tento aproveitar ao máximo cada janela que Ele me vai abrindo pelo caminho.
1/12/2010

NINI (professora do Colégio Flori)