Há tempos partilhei que este ano, a Família Dominicana celebra os 800 anos da morte de S. Domingos, e agora acrescento que a nossa Congregação de Missionárias Dominicanas do Rosário, membro dessa grande Família, celebra também, este ano, os 100 anos da Vida plena em Deus, do seu Fundador, Ramón Zubieta y Lés. Tentando sintetizar quem foi ele, direi que era espanhol, que foi um verdadeiro HOMEM de coração grande, onde todos cabiam, e um MISSIONÁRIO e DOMINICANO extraordinário. Com o desejo de dar a sua vida por Cristo, desejou ir à China, mas foi enviado às Filipinas e nos poucos anos que aí esteve, sofreu 18 meses de prisão, devido a uma guerra contra os espanhóis. Uma vez libertado, foi enviado para o Peru, no início do séc. XX, para uma enormíssima zona da Amazónia, atravessada por enormíssimos rios, até então desconhecidos, para aí iniciar o anúncio do Evangelho, com mais 4 confrades. Ao defender os indígenas, que eram muito explorados, por mercadores de borracha, sofreu muitas perseguições; viveu vários naufrágios, e num deles, só ele sobreviveu; descobriu e melhorou caminhos, levou o telefone para a selva , aprendeu a língua e fez dicionários; chegou às tribos indígenas mais recônditas e por todo o lado fundou escolas, Missões, igrejas; foi o primeiro Bispo da Diocese de Puerto Maldonado, onde o Papa Francisco celebrou a Eucaristia e recebeu representantes de indígenas de vários países da zona, em 2018. Percebeu a importância da Mulher na educação e na Missão e não descansou enquanto não levou Religiosas para lá, apesar de quase todos, por isso, o chamarem louco. Se alguém esteve atento ao recente sínodo dos Bispos sobre a Amazónia e ao respectivo documento final, denominado “QUERIDA AMAZÓNIA” poderá aí ver a feliz coincidência do pensamento, da visão e da acção de Mons. Zubieta. GRANDE HOMEM!
DE NOVO MONS. RAMÓN ZUBIETA Y LÉS
Volto, nesta mensagem a referir a pessoa de Mons. Zubieta e Lés, nosso Fundador, mas desta vez para dar o seguinte testemunho: uma jovem, muito conhecida e amiga, filha única, no dia em que fez 31 anos, soube que tinha cancro da mama. Podemos facilmente calcular a angústia da mesma, dos seus Pais e amigos. Mandei-lhes a oração a Mons. Zubieta, que acompanha o seu processo de canonização, para que a rezassem a favor dessa jovem, mas pedindo a disponibilidade para que se fizesse a vontade de Deus. Antes dos dois anos a jovem, despois de enorme sofrimento, faleceu. Mas a verdade é que viveu toda a sua doença e a sua morte, – tinha plena consciência de que isso ia acontecer -, com muita paz, serenidade e fé e era ela que ia confortando os Pais, familiares e amigos, preparando-os para o momento final. Já lá vão muitos meses da sua morte e os Pais, apesar da dor imensa que sentem, têm conseguido viver este tempo, com bastante serenidade e fé, pois acreditam que ela está em Deus e que intercede por eles, tendo sido já muitos os momentos em que testemunham isto. Claro que não é nenhum Milagre, mas eu não tenho dúvida que Mons. Zubieta tem estado muito presente em todo este processo.