“Natal.
Trazemos por viver ainda uma infância,
um incessante renascer”
Queridas Irmãs
Neste NATAL o Senhor desafia-nos a não ter medo, a confiar. É este o mistério do ‘‘Deus connosco, o Emanuel, que somos convidadas a experimentar e a celebrar. ‘’NÃO TEMAIS, POIS ANUNCIO-VOS UMA GRANDE ALEGRIA: HOJE NASCEU-VOS UM SALVADOR’’. (cf Lc 2, 10-11)
O entusiasmo com que as crianças vivem o Natal mostra bem como há uma percepção do Mistério da vida que lhes está próximo. Sem precisar de grandes recursos da racionalidade eles avizinham-se do essencial, conduzidos sobretudo pela linguagem insinuante dos símbolos. E não há dúvida que, nesta simplicidade tão singular, as crianças protagonizam formas de penetrar daquilo que o Natal constitui.
Mas como acontece com as mais importantes narrativas da Infância, o Natal tem um objectivo mais acima: pede para ser lido e decifrado por um coração adulto. Ainda que caiba às crianças a expressão mais vibrante do que nestes dias se celebra, os efectivos depositários da mensagem (isto é, aqueles que mais incondicionalmente a podem acolher) são os adultos. O prejuízo mais pernicioso do dito “Natal comercial” é a conservação de uma retórica infantilizada e equívoca, que oculta a mensagem aos seus verdadeiros destinatários. De repente, parece que o Natal é apenas uma história que existe para colocar um sorriso deslumbrado no rosto das crianças e esquecemos que é no fundo complexo da alma de um adulto, nesse oceano embrulhar e confuso, que o acontecimento do Natal vem despertar uma faúlha.
Neste Natal aproximemo-nos de Deus a partir da atenção aos mais necessitados, dado que Cristo nasce “em cada acto de solidariedade verdadeira”: “Comece por um gesto, um simples gesto de atenção aos nossos irmãos os de dentro, os que estão ao nosso lado. Depois aos outros”. No ‘presépio” de cada dia, Jesus é reconhecido por quem o descobre “nos que mais precisam de companhia e ajuda”, e também na “Comunidade, e família que se reúnem, sem esquecer ninguém”.
Acolhamos a mensagem deste tempo Santo empenhando-nos nele e faremos, a experiência de uma alegria, que sendo humana, não se reduz a nenhuma realidade deste mundo. Provavelmente perceberão de novo o que queremos dizer umas às outras quando nos saudamos, desejando «Bom Natal.» «Santo Natal».
Feliz Natal e Próspero Ano Novo 2014
Abraça-vos com carinho.
Irmã Adelaide Varanda