“DEVIDO AO AMBIENTE FAMILIAR QUE EXISTE, AQUI AS CRIANÇAS SÃO FELIZES”
Escola de orientação católica, o Jardim Flori nasceu e cresceu na cidade do Porto, às portas da Foz, pela mão das Irmãs Missionárias Dominicanas do Rosário, sob a égide dos valores éticos e cristãos que sustentam a formação integral dos alunos, como nos revela a Irmã Margarida Pinto, directora, com quem tivemos o prazer de conversar.
Tudo começou em 1966, quando a Congregação das Irmãs Missionárias Dominicanas do Rosário decidiu mudar “o ramo e o rumo” da Obra do Lar de Nossa Senhora da Paz, que assentava na educação e reintegração social das raparigas que provinham do Tribunal de Menores, “uma obra louvável”, evoca a Irmã Margarida Pinto. “Entretanto, o Dr. Francisco Sá Carneiro, que morava aqui perto, tinha três filhos em idade escolar e lançou o apelo à congregação para estabelecer um colégio na Foz”, revela, desvendando que o desejo acabou por se concretizar a 4 de Março de 1968, data de obtenção do Alvará do Ministério da Educação Nacional. Na criação do Jardim Flori, foram precursores do apoio incondicional da visionária irmã Neves Larragueta, Madre Superiora da Comunidade, tomada por uma doença incurável, a Irmã Maria Teresa Correia, Frei Bernardo Domingues e o Dr. Francisco Sá Carneiro, que, inclusivamente, providenciou ajuda jurídica gratuita. Em homenagem à Beata Ascensão Nicol, fundadora e primeira Superiora-Geral da Congregação das Irmãs Missionárias Dominicanas do Rosário, a comissão fundadora foi buscar a denominação do colégio ao nome de baptismo da heróica missionária, Florentina, mais propriamente ao diminutivo pelo qual era carinhosamente tratada – «Flori».
A oferta educativa
O Jardim Flori começou a funcionar em regime de berçário, com poucos bebés, nos finais dos anos 60. Quando avançou com o pré-escolar, no âmbito do seu projecto educativo, inspirado nas Ciências da Educação, no Evangelho e no Carisma Dominicano e missionário, inicialmente com 58 crianças, foi com surpresa que no final do ano já se registava a inscrição de mais de 140 alunos. O antigo palacete, onde ainda hoje residem as Irmãs Dominicanas do Rosário, foi aproveitado ao máximo para poder acolher todas as turmas e, entretanto, no início da década de 70, foram construídas cinco salas de aula, que ainda hoje se mantêm para o ensino pré-escolar. Em 1973 foi construído o edifício principal, que hoje alberga os serviços centrais do Jardim Flori, primeiro com rés-do-chão e primeiro andar, aos quais se vieram a juntar o segundo e terceiro andares no ano 2000.
“Actualmente, o Jardim Flori acolhe cerca de 400 crianças desde os 3 anos, distribuídos por cinco salas do pré-escolar e 12 turmas do 1.º Ciclo, e é um colégio que muita gente considera uma referência. Devido à competência do corpo docente ao longo dos anos e ao ambiente familiar, as crianças são felizes, ficando marcadas para toda a vida. Como dizia um pai, gera-se um calor humano que, por ventura, não existe em mais nenhum lugar. O que mais gosto de ouvir nos antigos alunos é, ao virem inscrever os filhos, dizerem que os melhores anos das suas vidas foram passados aqui”, congratula-se a Irmã Margarida Pinto. “Sendo uma escola de orientação católica, fazemos todo o possível por transmitir valores não só éticos, mas também cristãos. Orgulhamo-nos do espírito de união sentido pelas gerações que por cá passaram e fomentamos o reencontro de antigos alunos. O mais curioso é que já temos filhos dos alunos mais antigos que frequentaram o Jardim Flori”, acrescenta a directora. A Irmã Margarida Pinto considera uma mais-valia que exista “uma colaboração mútua entre os pais, a direção e as professoras, pautada pela confiança e pelo respeito, como aquela que se verifica através da Apiflori, a Associação de Pais das crianças que frequentam o Jardim Flori, composta por muitos antigos alunos.
A construção de um percurso pessoal de sucesso assenta, na opinião da Irmã Margarida Pinto, para além do envolvimento de toda a comunidade educativa, na adopção de um ideário ético e universal: “Deixo uma mensagem de esperança e de alegria, mas dando efectivamente razões dessa esperança, em torno de mais valores humanos e cristãos, como a verdade, a alegria, a transparência e a responsabilidade. Se nos amarmos uns aos outros como Cristo nos amou, o mundo será melhor”.