A nossa Irmã Ilda Farinha foi para os braços do Pai, na madrugada do dia 09 de Dezembro de 2020, aos 83 anos, a partir da Casa de Acolhimento de Lisboa, Portugal.
Levava bastantes anos doentes e cada dia que passava eram visíveis os estragos que a doença ia causando nela.
Era muito boa e perfeita na costura, e noutros muitos dons que tinha para as coisas da casa. Contudo a sua maior glória foi, sem dúvida, a sua longa VIDA MISSIONÁRIA, em Angola,- onde esteve de 1963 a 2000 -, e a sua profissão de Enfermeira.
Nas duas celebrações de corpo presente que tivemos e na oração de Vésperas, rezadas num lindo e fraterno ambiente comunitário, as partilhas que se fizeram, foram unânimes em recordar que a Irmã Ilda foi um membro muito conciliador na Comunidade, duma entrega e disponibilidade a toda a prova. O seu serviço aos doentes, foi reconhecido e valorizado por toda a população e numa área geográfica muito alargada. É importante e necessário recordar que a sua vida em Angola decorreu, praticamente, sempre em tempo de guerrilha e de guerra, primeiro pela independência e depois pela guerra civil. Ela, assim como a comunidade, viveu situações verdadeiramente dramáticas, tanto mais que a zona onde viviam era de fronteira entre os dois principais partidos que se enfrentavam. A morte da Irmã Ilda, foi sem dúvida, um momento e uma oportunidade para se recordarem muitos acontecimentos e experiências vividas.
O Provincial dos Dominicanos que presidiu a uma das Eucaristias e que viveu com ela em Angola bastantes anos, dizia que a Ir. Ilda tinha salvado milhares de vidas.
O Fr. Mário Rui OP, que também viveu com ela, e que tem um visível carinho e gratidão pela Ir. Ilda, destacou na Homilia do Funeral, entre outros aspetos, a capacidade que tinha de “cuidar” com imensa delicadeza e dedicação dos outros, e fazia-o respeitando a liberdade de cada um, o que os ajudava a crescer.
A morte da nossa Irmã foi, simultaneamente, uma experiência de dor e de saudade, mas também de ação de graças a Deus pelo Dom que ela foi e uma oportunidade para se recordar que vale mesmo a pena ser-se bom e fazer o bem. Sentimos mais uma vez a fraternidade e o carinho dos Dominicanos de Lisboa para connosco. Estiveram presentes cinco deles
Pedimos a Deus que a acolha, a recompense e que ela interceda por nós, pela Congregação, por Angola, pela Igreja e por toda a humanidade.
Ir. Deolinda Rodrigues