Jovens Se fores aquilo que Deus quer Colocareis fogo no mundo
Carta da Irmã Adelaide Varanda
Muito queridas Irmãs.
Passam pouco mais de nove dias que celebramos a festa, a grande Festa, ‘’A Morte e Ressurreição de Jesus’’.
Depois desta grande celebração, em breve vamos celebrar o dia 29 de Abril, Santa Catarina de Sena, para todas nós e Província, é um dia muito expressivo temo-la como Padroeira. Santa Catarina de Sena.
Seguramente já todas estudamos e ouvimos falar de Santa Catarina. Mas o certo é, que quantos mais lemos os seus escritos (suas cartas), mais admiramos a grandeza desta mulher, descobrimos sua grande riqueza interior.
Hoje, gostaria de falar-vos sobre esta mulher que teve um papel de destaque na história da Igreja. Trata-se de Santa Catarina de Sena. O século em que viveu – o décimo quarto -foi uma época conturbada para a vida da Igreja e da sociedade em geral na Itália, e na Europa. No entanto, mesmo nos momentos de maior dificuldade, o Senhor não cessa de abençoar o seu Povo, suscitando Santos e Santas que inspiram as mentes e os corações, levando à conversão. Catarina é uma dessas mulheres e ainda hoje fala-nos e estimula-nos a caminhar com coragem rumo à santidade, para sermos cada vez mais plenamente discípulas do Senhor.
Catarina ficou conhecida por ser medianeira de paz, reconciliadora e como mulher da Igreja. Paulo VI dizia: se todos os santos amaram a Igreja, Catarina foi das que mais amou. Ela foi uma figura mediática na Igreja do seu tempo.
Porque é que uma mulher, gente que contava tão pouco no longínquo séc, XIV, se tornou assim uma figura de tanto impacto? O seu protagonismo histórico advém-lhe do vigor da sua personalidade, e do modo carismático como respondeu, sob a ação do Espírito Santo, aos desafios da época em que lhe foi dado viver e atuar.
Catarina era uma mulher firme e tenaz com uma inteligência intuitiva capaz de penetrar no interior dos seus interlocutores. Muito sensível e com enorme capacidade de compreensão do sofrimento humano, físico, psicológico ou moral.
É comunicativa e disponível, doa-se incondicionalmente ao serviço dos outros, e manifesta grande capacidade de liderança. A sua chefia e a universalidade das suas preocupações transparecem nas 381 cartas que escreveu, dirigidas a um grande leque de auditores: familiares, governantes, reis, religiosos, bispos, papas, prostitutas. Apesar de ser enérgica, audaz e exigente, era uma mulher muito sensível e muito doce, afável e humilde. Manifesta uma grande capacidade de acolher e promover a vida. É disponível, aberta a Deus e aos outros.
Foi da sua oração, da sua contemplação, que nasceu a força para enfrentar todos os desafios, para estar à altura de príncipes e cardiais e falar-lhes de mãe para filhos e de filha para pais.
Foi ainda a sua vida em comum, pois sempre viveu em comunidade, que nasceu o seu sentido de unidade, de incentivar aos outros para que cumprissem a sua missão. Foi do seu saber escutar e ver, que nasceu a preocupação com a unidade de Igreja e com os acontecimentos políticos e sociais do seu tempo, onde ela estava inserida e colocavam em perigo o Corpo de Cristo do qual ela era membro.
Fixemos a nossa vida à luz de Jesus, Catarina e o Mistério:
Catarina será atual na medida em que nós assumamos seus ensinamentos e os ponhamos em prática.
Que os nossos Padres Fundadores nos mantenham viva em nós a chama do Carisma, e Maria nossa Mãe nos ajude a ser como Ela. Simples e humilde, contemplativa, sensíveis fortes ante o sofrimento, e fieis à missão que nos foi confiada.
Abraça-vos com carinho.
Lisboa 23 de abril de 2014
Irmã Adelaide Varanda