A fidelidade
à vocação missionária
passa por buscar
o Reino e a sua Justiça.
(M. Ascensão Nicol)
Queridas Irmãs.
O dia 24 de Fevereiro aproxima-se. O Senhor nos oferece esta data para que todas nós irmãs de Congregação e da Província, com profunda alegria celebremos esta festa tão importante e significativa para todas nós, Missionárias Dominicanas do Rosário.
“A nossa missão é viver para o Reino. Semear o bem é o primeiro e quase o único anelo da Missionária.” (M. Ascensão Nicol)
Este ano, todas nós como Igreja estamos a celebrar o ano da Fé. Para M. Ascensão, a sua fé firme estava na raiz de toda a decisão. De toda a mudança, de todo o sacrifício. Era essa fé que a levava a reconhecer que Jesus estava nas famílias, nas crianças que necessitavam do seu cuidado e eram as futuras mulheres da nova sociedade.
Tudo entrava na sua preocupação. Mas ela conservava a serenidade para atender a todos, exigia mudança no seu modo de viver, na sua oração e na relação com Deus.
M. Ascensão, expressa com frequência a relação pessoal com Deus, encontro constante com Ele, por vezes doloroso, mas quase sempre gozoso, especialmente nos momentos de paz, nas longas viagens por mar, rios ou caminhos, admirando a natureza, a imensidade do mar, a grandeza das culturas.
Temos de retomar, uma e outra vez, caminhos de uma nova espiritualidade relacionada com a evangelização, a história, os momentos pessoais e comunitários que necessitam da vivência de Deus hoje. Voltando cada dia ao caminho de Jesus, atentas à gente com a qual vivemos, às suas necessidades, atentas aos sinais do Reino que, ainda que pareçam invisíveis, continuam aí.
O Deus interior (expresso nesse Jesus Montanhês) que vivia M. Ascensão, era um clamor que nenhuma outra coisa podia sufocar.
A oração pessoal era constante, íntima, impregnada dos problemas das pessoas que a rodeavam, que ao não encontrar imediata solução, apresentava ao seu ’’Jesus Montanhês quando tinha um ‘’momentinho para estar com Ele’’
Hoje estamos a acostumar-nos a viver num activismo exagerado sem pararmos em nada, nem em ninguém e a felicidade não tem tempo para penetrar no nosso coração. Passamos rapidamente por tudo, (incluindo as nossas orações) e ficamos muitas vezes na superfície, na repetição, na rotina. Esquecemo-nos de escutar a vida com ‘‘profundidade.
Diz José António Pagola que hoje carecemos de momentos para o silêncio este nos poderia curar, mas muitas vezes não somos capazes de encontrá-lo no meio do activismo. Cada vez há menos espaço para o Espírito na nossa vida. Necessitamos esse espírito que nos ensine a passar do puramente exterior ao que há mais íntimo no ser humano, no mundo e na vida. Um Espírito que nos ensine a acolher a esse Deus que habita no interior de nossas vidas e no centro da nossa existência.
Estamos a viver um tempo em que se ergue a crise financeira quase como valor supremo e serve muitas vezes de pretexto para não ajudar quem realmente a sente na pele. É tempo de redescobrir as nossas qualidades pessoais que podem vislumbrar horizontes de esperança. A pessoa é o sujeito da mudança. O maior tesouro está dentro de nós…
Que a celebração da Nossa Madre Fundadora nos ajude a parar e a nível pessoal a fazer uma vez mais, as perguntas importantes da vida: Quem sou eu? Que estou fazendo com a minha vida? É isto o único que quero viver? E neste encontro connosco mesmas, sincerar-nos, buscarmos a verdade do que estamos vivendo. Não nos enganemos ocultando o que somos e no querer aparentar o que não somos.
Não é fácil encontrar resposta, mas, M. Madre Ascensão nos dá uma certeza: que a paixão por Cristo e pelo Reino e o seu amor pelos que mais sofrem e pelos pobres, levar-nos-ão a descobrir a melhor forma de apoiar e ajudar, os mais necessitados. Para todas e cada uma das irmãs:
FELIZ DIA DA NOSSA MADRE FUNDADORA MADRE ASCENSÃO NICOL
Lisboa 15 de Fevereiro de 2013
Irmã Maria Adelaide Varanda