Advento

Abril 29, 2012

MUITO QUERIDAS IRMÃS

“VIGIAI PORQUE NÃO SABEIS QUANDO VIRÁ
O DONO DA CASA”

Novamente iniciamos um novo ciclo litúrgico.
Este tempo litúrgico contém três elementos centrais: recordação vigilância e espera.

Recordação da primeira vinda do Messias, isto é, do primeiro Natal (Encarnação, é a expressão teológica para este acontecimento). Vigilância” não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha; não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir” (Mc) E espera, expectativa, esperança da segunda vinda de Cristo, quando Ele virá a “julgar os vivos e os mortos” (Escatologia).

Estes três elementos “teológicos” do tempo do Advento se unem à nossa experiência quotidiana de que Deus sempre nos vem visitar em diversas circunstâncias, acontecimentos, pessoas que nos rodeiam pelos quais Deus se comunica connosco.

É por isso, que neste tempo, somos convidadas, a atitudes de vigilância para reconhecermos os “sinais” da vinda de Deus na nossa vida diária.

Com atenta vigilância, alegre expectativa e renovada esperança, vivamos o Tempo do Advento retomando o seguimento de Jesus, tornando-nos, como ele, discípulas missionárias da vida e da paz, fazendo crescer em nós e em nossas comunidades a certeza de que ele continua vindo através da nossa presença. 

Somos convidadas a uma constante conversão, pois sabemos que nem sempre é fácil aceitar a vontade de Deus e continuar trabalhando para a construção de um mundo melhor.

Somos convidadas ao testemunho cristã, vivendo valores e mensagens do Evangelho, em todos os âmbitos de nossa vida.

Seríamos muito pobres se reduzíssemos o Advento, simplesmente, a um tempo de preparação para a festa do Natal. O Advento, tempo de espera, é baseado na expectativa do Reino e a nossa atitude básica é acender e renovar em nós esse desejo e esse ânimo. Num tempo marcado, pelo consumo, é preciso que afirmemos profeticamente a esperança.

No âmbito pessoal, intensificando o desejo do coração e retomando o sentido da vida. Mas a esperança é também colectiva: é o sonho do povo por justiça e paz – “fundir suas espadas, para fazer bicos de arado, fundir suas lanças, para delas fazer foices” (Is 2,4). A esperança é também cósmica:”A criação geme e sofre em dores de parto até agora e nós também gememos em nosso íntimo esperando a libertação” (Rm 8,18-23).

“O melhor da festa é esperar por ela”, diz um ditado popular. Do ponto de vista humano, a espera e a preparação de um acontecimento são tão importantes quanto o evento. Daí a necessidade de fazermos uma avaliação do que significa e de como vivenciamos o tempo do Advento nas nossas comunidades.

Seja Maria a caminhar connosco neste Tempo do Advento, rumo à celebração do nascimento de Cristo.
Feliz Advento

Com carinho.
Lisboa, 24 de Novembro de 2011

Ir. Maria Adelaide Varanda

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