Maria Jesus Aparício Llata é missionária da ordem das Irmãs Dominicanas do Rosário nasceu em Santander, Espanha, tem 80 anos de idade e está há 30 anos a viver em Timor-Leste.
A irmã Maria Jesus chegou a Timor num navio português em 1957 e foi logo trabalhar no Oecussi. Nesses primeiros anos as missionárias alfabetizaram centenas de crianças e muitos dos ex-alunos das Missionárias Dominicanas do Rosário estão hoje a trabalhar como professores em várias escolas de Oecussi. Esta irmã missionária foi também a primeira mulher, naquela época, a conduzir um carro em Timor, percorrendo centenas de vezes as estradas acidentadas do Oecussi .
No dia da invasão, em 1975, teve que sair do convento de Oecussi antes da chegada das tropas indonésias e na fuga conseguiu ainda salvar a estátua da Virgem do Rosário, a padroeira da Congregação, escondendo-a num dos troncos retorcidos duma grande árvore de magnólia.
Regressou a Timor-Leste em 2000, após o conflito de 1999, e foi confrontada com um cenário de cinzas e destruição. Mas, com força e coragem, começou a reconstruir o trabalho da missão, com o objectivo de apoiar a educação humana e cristã dos timorenses na jovem nação Timor-Leste.
Hoje, a missão tem 63 alunas e procura formar jovens mulheres profissionais, perspicazes e responsáveis.
No ano passado, no âmbito da visita do Presidente Taur Matan Ruak ao projecto de desenvolvimento da cooperação espanhola, as alunas das irmãs dominicanas surpreenderam tudo e todos quando para receber a comitiva do presidente decidiram tocar a 9ª Sinfonia de Beethoven, também conhecida como o hino da alegria.
Resultado, nem o Presidente, nem qualquer outro dos presentes podia acreditar no que estava a ouvir e ver e numa reacção impulsiva de surpresa e espanto, o Presidente Taur Matan Ruak levantou-se da cadeira e gritou várias vezes: Incrível, Incrível, Incrível.
Maria Jesus construiu assim uma vida dedicada ao serviço dos outros, principalmente aos pobres e aos sem-abrigo. Apesar de sofrer de Alzheimer ainda conta histórias que reflectem a sua grande sensibilidade.
Fontes:
Artigo da autoria de Javier Calviño Pazos, Coordenador da AECID e de Fernando Velázquez Cortés, Director do Programa LUPADE